Copom decide nesta quarta-feira se eleva novamente a Selic

Alta do dólar e seca que afeta alimentos e energia geram incertezas sobre a política monetária do Banco Central.

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Nesta quarta-feira (6), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) se reúne para decidir o futuro da taxa básica de juros, a Selic, em um cenário econômico marcado por pressões inflacionárias e incertezas externas. A expectativa é de que o colegiado eleve a taxa em 0,5 ponto percentual, indo para 11,25% ao ano, após ter iniciado um ciclo de alta da Selic em julho deste ano, após meses de manutenção nos 10,5% ao ano.

A decisão sobre a Selic, anunciada sempre ao final da reunião do Copom, tem um impacto profundo sobre a economia e é aguardada com atenção por analistas, investidores e pela população, uma vez que reflete diretamente no custo de vida e nas expectativas de crescimento do país.

De acordo com a mais recente edição do boletim Focus, que reúne estimativas de analistas de mercado, a taxa de juros deve encerrar 2024 em 11,75% ao ano. A decisão sobre a taxa é esperada com atenção, já que a economia enfrenta desafios como a recente alta do dólar e os impactos da seca sobre a produção de alimentos e energia, fatores que têm contribuído para um cenário inflacionário mais pressionado.

Em comunicado após a reunião de setembro, o Copom destacou que a recuperação da economia e as pressões sobre o mercado de trabalho justificaram o aumento nos juros, que, desde agosto de 2022, estavam em patamares elevados devido ao combate à inflação. A última alta de 0,5 ponto foi decidida em julho, depois de um ciclo de cortes que havia iniciado em 2022, com a Selic chegando a 13,75% ao ano.

Inflação acima da meta

A inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), continua sendo uma das principais preocupações do Banco Central. O boletim Focus mais recente indicou um aumento na previsão de inflação para 2024, que subiu de 4,38% para 4,59%. Esse valor está acima do teto da meta de inflação do Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3%, com um intervalo de tolerância de até 4,5%.

Os principais fatores que têm pressionado os preços são a seca prolongada, que afetou a produção de alimentos, e o aumento no custo da energia elétrica, refletido na bandeira vermelha das contas de luz. Em setembro, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reconheceu que a seca afetou o preço dos alimentos, mas defendeu que o impacto não deveria ser combatido por meio do aumento dos juros.

Os números mostram que o IPCA acumula uma alta de 4,42% nos últimos 12 meses, o que aproxima a inflação do limite superior da meta para 2024. Em outubro, o IPCA registrou 0,44%, com alimentos e energia como os principais responsáveis por esse aumento.

A Selic e sua função na economia

A Selic é a principal ferramenta do Banco Central para controlar a inflação. Quando o Copom decide aumentar a taxa de juros, o objetivo é desaquecer a economia e conter a demanda. Juros mais altos encarecem o crédito, o que tende a reduzir o consumo e a atividade econômica, ajudando a controlar a pressão sobre os preços.

Por outro lado, quando a Selic é reduzida, o crédito fica mais barato, incentivando a produção e o consumo. Isso pode ajudar a aquecer a economia e estimular a geração de empregos, mas também pode elevar a inflação se a demanda se intensificar.

A decisão do Copom tem efeitos diretos na economia e nos bolsos dos brasileiros, já que a Selic influencia as taxas de juros do crédito, como os financiamentos, os empréstimos pessoais e o custo do cartão de crédito. A movimentação da Selic também afeta o câmbio e o mercado de ações, o que traz reflexos para a confiança dos investidores e para a saúde da economia como um todo.

Perspectivas para o futuro

Com a inflação em patamares elevados e o dólar em alta, a pressão sobre os preços continua sendo um desafio para a política monetária do Banco Central. Para 2024, a meta de inflação definida pelo CMN é de 3%, com um intervalo de tolerância de até 4,5%. O próximo Relatório de Inflação, que será divulgado em dezembro, trará uma previsão atualizada, levando em conta os efeitos da seca e do câmbio sobre os preços.

O Copom se reúne a cada 45 dias e, além de analisar as condições internas da economia brasileira, também leva em consideração fatores externos que podem influenciar o mercado. Durante os encontros, são apresentados dados sobre a evolução da economia, tanto nacional quanto global, e as previsões de curto e médio prazo, para fundamentar as decisões sobre a Selic.

Fonte: MS Todo Dia/Agência Brasil
Foto: Agência Brasil

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