Sindicato de transporte de cargas critica renovação de contrato da BR-163 e prevê rodovia intransitável em 30 anos

Duplicação reduzida e pedágio elevado geram insatisfação; sindicato defende nova licitação para a concessão

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O Setlog-MS (Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística de Mato Grosso do Sul) manifestou nesta sexta-feira (15) sua insatisfação com a decisão do TCU (Tribunal de Contas da União), que manteve a concessão da BR-163 sob administração da CCR MS Via até 2049.

Para o sindicato, a rodovia deveria ser submetida a uma nova licitação devido à falta de melhorias significativas na última década.  

A principal crítica recai sobre a redução no trecho de duplicação previsto no contrato atualizado, que caiu de 845,2 km inicialmente acordados em 2014 para 353 km. Segundo o presidente do Setlog-MS, Cláudio Cavol, essa redução compromete o futuro da rodovia.

“A duplicação integral da via é uma necessidade. Com o aumento do tráfego nos próximos 30 anos, a BR-163 ficará intransitável”, afirmou Cláudio ao site Campo Grande News.

Além disso, o gerente do sindicato, Dorival de Oliveira, destacou que os usuários continuam pagando pedágios elevados sem perceberem melhorias substanciais.

“Em 10 anos, pouca coisa mudou. Asfalto deteriorado, acidentes fatais, e a duplicação que é essencial continua pendente, enquanto o pedágio só aumenta. É um absurdo”, criticou.  

Novo contrato prevê aumento de pedágios e obras

Com apenas 179 km duplicados dos 847 km totais da BR-163, sendo 150,4 km mínimos exigidos para a cobrança do pedágio, a CCR MS Via enfrenta críticas pela paralisação das obras desde 2017.

Apesar disso, o contrato atualizado prevê investimentos de R$ 16,9 bilhões até 2054, com R$ 9,29 bilhões destinados a obras, incluindo:

- 203,02 km de duplicações;  
- 147,77 km de terceiras faixas;  
- 22,99 km de vias marginais;  
- 467,40 km de melhorias em acostamentos;  
- 22,64 km de contornos em pista simples;  
- 6,19 km de contornos em pista dupla;  
- Melhorias em 379 acessos;  
- Implantação ou melhoria de 180 dispositivos e 22 passarelas.  

O pedágio, por sua vez, terá aumento gradual, passando dos atuais R$ 7,52 para R$ 15,13 a cada 100 km em pistas simples, o que gerou mais descontentamento entre os usuários e o setor de transporte.  

A decisão do TCU e as condições do contrato seguem sendo alvo de debate, com o Setlog-MS defendendo que uma nova licitação seria a melhor solução para garantir segurança e infraestrutura adequadas na principal rodovia do estado.

Fonte: MS Todo Dia

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