A recente tragédia do feminicídio da jornalista Vanessa Ricarte, de 42 anos, e as subsequentes manifestações cobrando melhorias no atendimento da DEAM (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) por conta das denúncias e os áudios vazados, culminaram em um episódio que gerou controvérsia na manhã desta terça-feira (18), em Campo Grande. A tensão entre a Delegacia e imprensa parece aumentar, porque enquanto a imprensa quer explicações, acaba encontrando "portas fechadas".
Jornalistas noticiaram que foram impedidos de entrar na Casa da Mulher Brasileira, local público onde funciona a DEAM, sob a alegação de que a entrada só poderia ser autorizada pela própria delegada titular. A equipe do Jornal Midiamax, assim como outras equipes de imprensa, contou que foi barrada na entrada do local, sendo informada que a delegada seria a única autoridade capaz de conceder permissão para a entrada dos jornalistas.
O episódio reacendeu a discussão sobre a relação entre a imprensa e a DEAM, especialmente após a divulgação de matérias que questionavam o atendimento prestado à Vanessa Ricarte horas antes de seu feminicídio.
Alegado "mal entendido"
Após a repercussão do caso, a coordenadora da Casa da Mulher Brasileira, Iacita Azamor, esclareceu, com exclusividade ao MS Todo Dia, que não houve qualquer impedimento à liberdade de imprensa e que tudo não passou de um "mal entendido".
Ela reforçou que a Casa da Mulher Brasileira sempre esteve aberta à imprensa e continuará assim, prezando pela transparência e pelo direito à informação. A coordenadora ressaltou que a Casa da Mulher Brasileira e a DEAM são parceiras na prestação de serviços às mulheres em situação de violência e que o objetivo é trabalhar em conjunto para garantir o melhor atendimento possível às vítimas.
"O atendimento à imprensa continua normal, mas, muitas vezes, é necessário fazer agendamentos, porque a delegada pode estar atendendo alguma ocorrência ou em diligências", justificou Iacita.
Outro lado
O episódio levanta questões sobre a necessidade de aprimorar a comunicação entre a DEAM e a imprensa, especialmente em casos de grande repercussão como o de Vanessa Ricarte. É fundamental que os jornalistas tenham acesso às informações para cumprirem o papel de fiscalização e para que a sociedade seja informada sobre os trabalhos da delegacia.
A morte de Vanessa Ricarte e os eventos subsequentes evidenciam a importância de se debater e aprimorar o atendimento às mulheres vítimas de violência, bem como a necessidade de fortalecer a rede de proteção e acolhimento.
De acordo com o Midiamax, a delegada que atendeu a jornalista Vanessa, e registrou o boletim de ocorrência em que a vítima denuncia o ex-noivo é a Riccelly Maria Albuquerque Donhas, que passou no último concurso da Polícia Civil, em Mato Grosso do Sul, e está em estágio probatório. A suposta inexperiência é apontada por muitos como um dos fatores determinantes para que Vanessa dissesse, em áudio enviado para uma amiga, que foi tratada de maneira ‘fria e seca’ na Deam, horas antes de ser assassinada pelo seu ex-noivo, e outro agravante teria sido o fato de não ter sido escoltada até a sua casa.
Próximos capítulos
Ainda é cedo para avaliar o impacto desse episódio na relação entre a DEAM e a imprensa. No entanto, é importante que ambas as partes estejam abertas ao diálogo e dispostas a trabalhar juntas para garantir que a sociedade seja informada sobre os trabalhos da delegacia e para que as mulheres em situação de violência recebam o atendimento adequado.
Aguardamos os próximos capítulos dessa história e esperamos que este episódio sirva de aprendizado para que situações como essa jamais se repitam.
Fonte: MS Todo Dia
Foto: Divulgação/Redes Sociais
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