A estiagem atrasou o plantio da soja em Mato Grosso do Sul, afetou 500 mil hectares do grão em todo o Estado e ainda levou os agricultores a replantarem 5,4% da área, cerca de 230 mil hectares. Além disso, as altas temperaturas que atingiram o MS acabaram por agravar a situação. O prognóstico é do Projeto Siga-MS (Sistema de Informações Geográficas do Agronegócio). Os dados referem-se a monitoramento realizado entre os dias 8 e 12 de janeiro. Segundo agricultores consultados, entre 2% e 3% de replantio é normal durante a safra.
Equipes do Siga-MS seguem monitorando os estragos causados pela estiagem no Estado.
Semanalmente a Aprosoja/MS (Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso do Sul), juntamente com o Governo do Estado de MS e a Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de MS), divulgam dados ligados à agricultura sul-mato-grossense. As informações são coletadas pelos técnicos do Siga-MS, enriquecidas com informações apresentadas por satélite e posteriormente divulgadas.
A estiagem em Mato Grosso do Sul começou em setembro de 2023, causando um atraso no plantio da soja. A escassez de chuvas resultou em um ritmo lento de semeadura, que só foi concluída na terceira semana de dezembro de 2023. Mesmo antes do término da operação, já era necessário fazer replantios, que se estenderam até 13 de janeiro deste ano, data final para semeadura de soja no Estado.
Segundo boletim do Siga-MS (veja link no rodapé desta matéria para acesso), durante esse período de plantio e desenvolvimento fenológico, a maior parte da cultura foi prejudicada pela seca. Este problema foi exacerbado entre dezembro de 2023 e a primeira semana de janeiro de 2024. Além da falta de chuva, as altas temperaturas também contribuíram para agravar a situação.
Apesar dos desafios, a cultura de soja em Mato Grosso do Sul ainda mantém as expectativas iniciais de 54 sacas por hectare, uma média alinhada ao potencial produtivo das últimas cinco safras do estado. Isso resulta em uma expectativa de produção de 13,818 milhões de toneladas. No ciclo passado, o Estado produziu 15 milhões de toneladas de soja, uma produção recorde.
Andamento da colheita
Na data de 12 de janeiro, a área colhida de soja acompanhada pelo Projeto Siga-MS alcançou 0,3%. As regiões que iniciaram a colheita foram a norte, que está com a colheita mais avançada, com uma média de 0,4%, e a sul, com 0,3%. A região central ainda não iniciou a colheita. Até o momento, a área colhida, conforme a estimativa do Siga-MS, é de aproximadamente 12,7 mil hectares.
Apesar de tudo – estiagem, atraso e fortes temperaturas – a porcentagem de área colhida na safra 2023/2024, encontra-se superior em aproximadamente 0,3% pontos percentuais em relação à safra 2022/2023, para a data de 12 de janeiro.
Queda no potencial produtivo
Segundo o Projeto Siga-MS, em relação ao atual ciclo da soja as expectativas iniciais de produção, produtividade e área cultivada em Mato Grosso do Sul permanecem inalteradas, uma vez que estão levando em conta um cenário de instabilidade climática. O volume de chuvas, especialmente no período que se estende do final de janeiro até o final de fevereiro, será o principal fator determinante da produtividade em todo o estado.
Entretanto, as primeiras áreas que foram colhidas na região nordeste indicam uma diminuição do potencial produtivo, variando entre 10 a 15 sacas por hectare.
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