Paranaíba enfrenta uma crise ambiental sem precedentes. Desde quinta-feira (22), focos de incêndio se alastraram de forma devastadora, impulsionados pela longa estiagem que já dura cinco meses. A situação, que começou de forma controlada, saiu de controle na sexta-feira (23), com o fogo atingindo áreas rurais e ameaçando chegar à zona urbana da cidade.

Equipes do Corpo de Bombeiros, usinas locais como Cedro e Arauco, empresários e uma grande quantidade de voluntários se uniram em um esforço coletivo para tentar conter as chamas. A região dos Coqueiros foi uma das mais afetadas, com o incêndio consumindo várias propriedades rurais.

O fogo começou na fazenda Parteagro, avançou descontroladamente por diversas fazendas, atravessou o rio Santana e chegou perigosamente próximo à área urbana de Paranaíba. A região próxima ao Ginásio de Esportes e à Latasa amanheceu na sexta-feira coberta por uma espessa camada de fumaça e fuligem.

Por volta das 19 horas de sexta-feira, o incêndio que começou na região dos Coqueiros já havia chegado às margens da BR-158, próximo à área urbana de Paranaíba. Enquanto isso, na região do Figueira, as chamas se espalharam rapidamente, atingindo pastagens e até mesmo algumas residências. A mobilização de moradores da área urbana foi fundamental para ajudar as comunidades rurais no combate aos incêndios.

O fogo também tomou grandes proporções na região das Pedras, na Ponte do Guilhermão e na saída da cidade para Inocência, onde as consequências foram devastadoras. A propagação rápida das chamas dificultou os esforços das equipes de combate ao fogo, que trabalharam incansavelmente para tentar conter o avanço.

Na noite de sexta-feira, por volta das 22 horas, o Capitão De Sá, comandante do Corpo de Bombeiros de Paranaíba, comunicou à imprensa que estava em Campo Grande, onde mobilizava apoio de outros municípios para reforçar a operação de combate aos incêndios. Ele havia sido chamado de volta à cidade após ajudar em operações de combate a incêndios no Pantanal e agora estava coordenando as ações de emergência em Paranaíba.

De acordo com o Capitão De Sá, várias equipes estavam atuando nas regiões mais críticas e, durante a noite, foram deslocadas para combater as chamas na área próxima ao Ginásio de Esportes, nas imediações da BR-158. As equipes enfrentaram dificuldades devido à rápida expansão do fogo, que avançou a partir da região dos Coqueiros.

Do posto de comando em Campo Grande, uma grande operação foi montada para auxiliar no combate aos incêndios em Paranaíba. Reforços começaram a chegar de municípios vizinhos. Uma equipe de São Gabriel do Oeste já estava atuando na região próxima à Inocência, enquanto outra equipe de Santa Rita do Oeste estava em deslocamento para as áreas mais afetadas de Paranaíba.

O prefeito Maycol Queiroz também se envolveu diretamente nas operações de combate ao incêndio. Na noite de sexta-feira, ele visitou lojas locais para adquirir equipamentos de combate às chamas e ofereceu sua própria caminhonete para ajudar na formação de novas equipes de controle de incêndio.

Um plano emergencial foi acionado e, na manhã de sábado, já havia 10 militares mobilizados em quatro caminhonetes, prontos para formar mais quatro equipes de combate.

O Corpo de Bombeiros também destacou que outros municípios do estado estão enfrentando situações semelhantes à de Paranaíba, como Coxim, Camapuã e Costa Rica. O comando da operação monitora de perto essas regiões para evitar que a situação se agrave ainda mais.

Na região do Martelo, a fazenda de Sebastião Bispo foi uma das mais afetadas. Um fio de energia elétrica rompeu, iniciando um novo foco de incêndio.

Cerca de dez tratores e cinquenta pessoas, incluindo moradores da cidade, foram mobilizados para combater o fogo, conseguindo controlar as chamas antes que se espalhassem ainda mais. Essa mobilização rápida foi crucial para evitar maiores danos.

O cenário em Paranaíba é preocupante. A cidade enfrenta uma verdadeira tragédia ambiental, com focos de incêndio que continuam a ameaçar tanto as áreas rurais quanto urbanas. As autoridades seguem trabalhando para mobilizar recursos e garantir que a situação seja controlada o mais rápido possível, mas a combinação de seca extrema e ventos fortes dificulta a contenção das chamas.

Fonte: MS Todo Dia com O Correio News